Investigado pela PF (Polícia Federal) no esquema de superfaturamento de kits de robótica, Denilson de Araújo Silva, de 51 anos, também aparece como dono de outra empresa, a Star Medicamentos e Material Hospitalar Eireli, ou Star Med.
A companhia faturou R$ 8,5 milhões em contratos emergenciais da pandemia com prefeituras de Pernambuco entre 2020 e 2022, segundo as investigações.
Contratos da Star Med com prefeituras de Pernambuco:
Palmares: R$ 2.642.819,08
Xexéu: R$ 1.647.539,92
Ribeirão: R$ 1.129.651,20
Carpina: R$ 968.980,21
Pombos: R$ 644.608,43
Chã Grande: R$ 410.597,18
Jataúba: R$ 349.904,21
Catende: R$ 268.386,61
São Bento do Una: R$ 142.624,16
Timbaúba: R$ 101.194,23
Brejo da Madre de Deus: R$ 99.703,58
Macaparana: R$ 42.361,90
Camocim de São Félix: R$ 40.425,63
Terezinha: R$ 36.331,50
Tracunhaém: R$ 8.600,00
Ferreiros: R$ 8.098,00
Cupira: R$ 5.360,00
Chã de Alegria: R$ 3.800,00
Altinho: R$ 3.000,00
Primavera: R$ 2.000,00
Glória do Goitá: R$ 623,00
Total Geral: R$ 8.556.608,84
De acordo com as investigações, a relação de Denilson com os demais acusados no esquema começou quando ele foi auxiliar de escritório em outra empresa de Edmilson Catunda, a 3JC Serviços – que está registrada no mesmo endereço que a Megalic.
Por sua relação com a Megalic e os demais suspeitos, Denilson foi alvo de busca e apreensão e também de um bloqueio de bens determinado pela Justiça Federal de Alagoas na Operação Hefesto, no valor total de R$ 8 milhões, contra todos os alvos. De acordo com a decisão, deverão ser bloqueados todos os bens de mais de R$ 100 mil de valor em poder dos acusados até que sejam atingidos os R$ 8 milhões.
Fundada em julho de 2020, no início da pandemia, a Star Med já começou suas atividades como fornecedora de diversas prefeituras de Pernambuco sem passar por licitação. Em 24 contratos fechados até 2022, a empresa vendeu medicamentos e equipamentos hospitalares para os municípios.
Entre os itens vendidos, estão máscaras de proteção, luvas, agulhas descartáveis, algodão, atadura e remédios, como antibióticos, antigripais, antialérgicos e até ivermectina e azitromicina – medicamentos que chegaram a ser usados contra a covid, mas que são ineficazes contra a doença.
Os maiores contratos foram com as prefeituras de Palmares, Xexéu, Ribeirão e Carpina. Juntos, esses municípios pagaram R$ 6,3 milhões à Star Med. “Alguns” desses contratos, segundo as investigações, foram assinados pelo procurador da empresa, Rodrigo Lins Costa Melo, que é irmão de uma sócia da Megalic, Roberta Lins Costa Melo. Para a PF, isso reforça o indício de que Denilson atuaria somente como laranja.
A sede da Star Med funciona em uma pequena casa com fachada “singela”, na definição da Polícia Federal, em um município do interior de Pernambuco. A investigação identificou apenas dois funcionários ativos em seu quadro.
“Apesar de sua criação recente, fachada ‘singela’, capital social relativamente baixo, e o seu proprietário e procurador residirem em outro estado (AL), a STAR MEDICAMENTOS E MATERIAL HOSPITALAR EIRELI celebrou diversos contratos com prefeituras de PE, com valores expressivos”, diz o relatório da investigação.
Da redação do Portal com informações do Uol
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