A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania aprovou, nesta terça-feira (26), o Projeto de Lei nº 4409/21, do líder do PSB na Câmara, Felipe Carreras (PSB-PE), que reconhece o espetáculo da “Paixão de Cristo de Nova Jerusalém” como manifestação da cultura nacional. O relatório aprovado é do deputado Pedro Campos (PSB-PE) e o texto segue para o Senado.
A peça é realizada na Semana Santa, anualmente, na cidade-teatro de Nova Jerusalém, localizada no distrito de Fazenda Nova, município do Brejo da Madre de Deus, em Pernambuco. Presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Cultura e do Entretenimento, Carreras afirmou que esse reconhecimento é importante para o setor cultural, artístico e de entretenimento. “A cultura é um dos nossos patrimônios e, além disso, é um setor que gera milhares de empregos e movimenta a nossa economia”, reforçou.
O líder do PSB contou que a cidade-teatro foi criada há 45 anos e as apresentações atraem espectadores nacionais e internacionais. “É o maior teatro ao ar livre do mundo. Um local com 100 mil metros quadrados, o que equivale a um terço da área murada da Jerusalém original, onde Jesus viveu nos seus últimos dias”, disse.
O relator da proposta parabenizou Carreras pela iniciativa e reforçou que esse é um evento de destaque. “Os méritos dessa produção incluem a preservação da tradição cultural e religiosa, a valorização do turismo local, o desenvolvimento econômico da região, o envolvimento de artistas e técnicos teatrais, a criação de uma estrutura grandiosa e imersiva e o reconhecimento internacional conquistado pelo espetáculo”, reforçou Pedro.
História
Carreras explicou que o espetáculo teve sua origem nas encenações do Drama do Calvário, realizadas nas ruas da vila da Fazenda Nova, Pernambuco, no período de 1951 a 1962, graças a iniciativa do patriarca da família Mendonça, o comerciante e líder político local Epaminondas Mendonça.
Mendonça contou que, depois de ter lido em uma revista de variedades como os habitantes da cidade de Oberammergau, na Baviera alemã, encenavam a Paixão de Cristo, Mendonça teve a ideia e realizar um evento semelhante durante a Semana Santa a fim de atrair turistas e, assim, movimentar o comércio do lugar.
Os primeiros espetáculos da pequena vila contavam com a participação apenas de familiares e amigos dos Mendoza. Com o passar dos anos, as encenações começaram a atrair atores e técnicos de teatro do Recife e a Paixão começou a ganhar fama e notoriedade em todo o estado.
A ideia de construir um teatro que fosse como uma pequena réplica da cidade de Jerusalém para que nela ocorressem as encenações da Paixão foi de Plínio Pacheco, jornalista gaúcho, que chegou a Fazenda Nova em 1956. O plano se concretizou em 1968, quando foi realizado o primeiro espetáculo na cidade-teatro de Nova Jerusalém.
O teatro é cercado por uma muralha de pedras de quatro metros de altura e com 70 torres de sete metros cada uma. No seu interior, nove palcos-platéias reproduzem cenários naturais, arruados e palácios além do Templo de Jerusalém, constituindo obras monumentais, concebidas por vários arquitetos e cenógrafos nordestinos e pelo fundador Plínio Pacheco.
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