quinta-feira, 1 de dezembro de 2022

Alunos de escola pública criam app para alfabetizar pessoas, ganham desafio nacional e vão a Harvard e MIT


 Cinco estudantes de uma escola pública de Pernambuco venceram um desafio nacional e ganharam uma viagem para participar de uma conferência e visitar a Universidade de Harvard e o MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts, em inglês), nos Estados Unidos (veja vídeo acima). Eles são da Escola Técnica Estadual José Joaquim da Silva Filho, de Vitória de Santo Antão, na Zona da Mata.

Os alunos, que são do 2º ano do ensino médio, venceram o Desafio Tack, um concurso para jovens empreendedores estudantes de ensino médio em escolas públicas de todo o Brasil. A viagem deve ocorrer em abril.

Um dos participantes foi Douglas Willamys, de 16 anos. Ele contou que a ideia do grupo foi resolver um problema antigo, mas que persiste. "Pensamos num projeto para ajudar a resolver o analfabetismo porque é uma coisa que acontece no nosso país e no nosso Nordeste, que tem a maior taxa de analfabetismo", afirmou.


Matheus Enrico, também de 16 anos, contou que, para definir a relevância do projeto, foi feita uma pesquisa com estudantes da escola. A partir disso, eles viram que o analfabetismo é muito mais comum do que pensavam.

"Chamou muita atenção, porque, de 140 alunos que responderam à nossa enquete, mais de 70% disseram ter algum parente analfabeto na família. Foi um número que chocou muito a gente e chamou atenção para a gente ajudar essas pessoas no Brasil inteiro", explicou.

O aplicativo funciona por meio da apresentação de sons para que as pessoas que não sabem ler descubram a pronúncia das letras, das sílabas e palavras.

"Ele é dividido em níveis, que o usuário vai desbloqueando. O primeiro nível é o do alfabeto, que, ao clicar, sai som das letras. Também tem uma biblioteca cultural, que é o diferencial da gente. Quando abre, ele faz a divisão silábica e mostra o progresso do usuário", afirmou Matheus Enrico.

A professora de química Inês Monteiro foi uma das que participaram do projeto junto com os estudantes. Ela disse que, agora, a escola tenta arrecadar dinheiro para custear a documentação necessária para que os estudantes viajem. Afirmou, ainda, que a participação dos jovens no desafio foi um exemplo de superação.

"A maior superação foi vencer o medo da apresentação, e conseguirem desenvolver uma ideia que realmente fizesse sentido, que foi a questão do analfabetismo, que parte da realidade de muitos aqui da escola, e apresentar isso num pitching de três minutos, saindo como vencedores. A maior alegria do professor é ver o sucesso dos seus alunos", declarou.


G1

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