No mesmo mês da realização dos atos pró-governo do 7 de setembro, um levantamento do Instituto Datafolha divulgado nesta quinta-feira, 16, pelo jornal Folha de S. Paulo, revela um novo recorde na reprovação do presidente Jair Bolsonaro. A avaliação negativa do mandatário oscilou 2 pontos percentuais para cima em relação aos dados de julho, atingindo 53% entre os que consideram o governo ruim ou péssimo. Na última pesquisa, eram 51%.
A pesquisa foi realizada entre os dias 13 a 15 de setembro, quando o instituto ouviu presencialmente 3.667 pessoas com mais de 16 anos, em 190 municípios de todo o País. A margem de erro é de dois pontos para mais ou menos.
Outros 22% avaliam o presidente como bom ou ótimo. A porcentagem demonstra uma oscilação negativa em relação aos 24% da pesquisa anterior, que já indicava o pior índice da gestão. Os consideram regular totalizam 24%, mesmo índice de julho.
O novo levantamento indica que, ao invés de mobilizar e atrair mais apoiadores, os atos antidemocráticos do 7 de Setembro com ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao ministro Alexandre de Moraes, além da carta de recuo arquitetada por Michel Temer para amenizar a crise institucional não serviram para elevar a popularidade do governo.
O instituto defende que tendência de rejeição deve-se pela crise econômica que o país enfrenta, com inflação alta e preços de combustíveis e alimentos em disparada. A pesquisa identificou um aumento mais expressivo de rejeição entre quem ganha de 5 a 10 salários mínimos (41% para 50%) e entre as pessoas com mais de 60 anos (de 45% para 51%).
Não houve grandes alterações no perfil de quem rejeita o presidente. Do total, 56% daqueles que ganham até dois salários mínimos o acham ruim ou péssimo, assim como 61% dos que têm curso superior. Nas regiões Norte e Centro-Oeste (que correspondem a 16% da amostra), onde Bolsonaro costuma ter mais apoiadores, agora o efeito foi o inverso. A rejeição subiu de 41% para 48%, ainda que esteja marginalmente abaixo da média nacional.
Outro grupo que registrou uma subida considerável na rejeição foi o daqueles com ensino fundamental (33% da amostra), de 49% para 55%. Enquanto isso, houve estabilidade (49% para 48%) entre quem cursou o nível médio (46% dos brasileiros).
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