O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou, nesta quarta-feira (7), que o Brasil já tem um cenário seguro para reabrir as escolas públicas e retomar as aulas. A declaração foi dada durante a abertura do seminário “Reabertura Segura das Escolas”, organizado pela Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil.
“O Brasil vem avançando com a campanha de vacinação, os professores foram incluídos entre os grupos prioritários e temos um número crescente de professores imunizados ao menos com a primeira dose das vacinas. Assim, já temos um cenário seguro para reabertura das aulas em nosso país”, disse o ministro.
Apesar de terem sido incluídos como prioridade na campanha de vacinação contra a covid-19, nem todos os professores já tomaram as duas doses necessárias para a imunização completa contra a doença. No entanto, Queiroga defendeu, recentemente, o retorno dos profissionais da educação ao trabalho presencial mesmo sem as duas doses da vacina.
“No meu entendimento, não é fundamental que todos os professores estejam imunizados com duas doses para o retorno às aulas”, afirmou o ministro da Saúde durante uma audiência pública realizada no Senado, em junho. No entanto, outras autoridades se preocupam com a afirmação do ministro e divergem quanto ao tema.
Em entrevista ao Correio, o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e secretário de Saúde do Maranhão, Carlos Lula, afirmou que o retorno às escolas precisa ser feito com cautela.
“Não dá para, simplesmente, dizer que com uma dose está ok e “vamos todo mundo para sala de aula de novo”. É preciso ter calma. Talvez seja o momento de planejar, conversar. A gente está pertinho de ter a segunda dose dos professores. Volta com cuidado, com cautela. Não precisa apressar as coisas”, disse.
Portaria
Nesta terça-feira (6), Queiroga informou que o governo federal trabalha em uma portaria interministerial para disciplinar a volta às aulas, e, durante a fala na abertura do seminário, nesta quarta (7), voltou a citar o mecanismo, que será preparado por diversas pastas, como a da Educação e a da Saúde. Queiroga acredita que a medida é necessária “para que tenhamos uma política homogênea em nosso país”.
Segundo o cardiologista, atualmente “todos” estão de acordo sobre a necessidade do retorno às aulas.
“Não podemos ficar mais de um ano e meio sem aulas, com as consequências que já foram apontadas. Cabe a nós, gestores públicos, buscarmos as soluções para que esse problema seja resolvido e não haja um prejuízo maior ainda para as nossas crianças”, completou.
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